segunda-feira, 29 de novembro de 2010

TV digital: próximos capítulos

Autor(es): Agencia o Globo/ Mônica Tavares
O Globo - 29/11/2010

Governo quer acelerar adoção do software Ginga, que permitirá mais interatividade

A TV digital brasileira completa 3 anos no próximo dia 2. Desde que as primeiras transmissões foram feitas, em São Paulo, o padrão se expandiu - e hoje cobre quase 40% da população brasileira. Mais que isso, ele está ganhando o mundo. Agora, no entanto, a tecnologia nipo-brasileira enfrenta o desafio da interatividade, com a adoção do software Ginga. Desenvolvido no Brasil, o Ginga permitirá, por exemplo, que se recebam informações adicionais da programação, além de publicidade dirigida.

Os telespectadores, que nos últimos três anos ganharam qualidade de som e imagem, certamente mudarão sua relação com a televisão. Às emissoras, abre-se um novo modelo de negócios. Já as indústrias e o varejo vêem-se diante da oportunidade de aceleração da produção e das vendas.

Atualmente, mais de 90% dos televisores novos com conversores de sinal analógico para digital e as próprias caixinhas para acoplar nas TVs antigas e captar as imagens com novo padrão ainda não contam com o Ginga. Ou seja: para aproveitar integralmente a tecnologia, o consumidor terá que comprar equipamentos cuja produção só agora as indústrias estão começando a despejar no mercado.

É apostando neste valor agregado à TV pelo Ginga que o governo prevê que o país chegará à produção de cerca de 15 milhões de conversores e TVs com interatividade até 2013.

Porém, o governo terá que superar uma grande barreira: popularizar o conversor, cujo preço ainda é muito salgado. A meta oficial é baixar o preço, próximo de R$300 hoje, para a casa de R$180.

Para isso, o governo, em conjunto com a indústria, vem trabalhando para tentar reduzir os custos de logística - armazenamento, transporte e distribuição dos conversores.

Produção em alta e preços atraentes

Para o diretor-geral da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert), Luis Roberto Antonik, o preço ideal dos conversores ficaria em torno dos R$100, para se conseguir atingir todo o público.

Ainda assim, Antonik reconhece que este ano a indústria está conseguindo um desempenho excepcional na produção e na venda de televisores de tela plana e de plasma. Em Manaus, foram produzidas mais de cinco milhões de TVs com conversores embutidos em 2010. O executivo afirmou ainda que, no varejo, a TV mais vendida, a de 32 polegadas, pode ser encontrada por um preço atrativo: entre R$1.100 e R$1.200.

A indústria aposta ainda nos eventos programados para os próximos anos como impulsionadores das vendas, como a Copa das Confederações de 2013, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

- A TV digital vai crescer, mas não podemos ficar ansiosos. Sou extremamente otimista - garantiu o diretor-geral da fabricante Telesystems, Marco Szili.


Grandes redes de varejo estão na linha de frente na venda de conversores, como Extra, Carrefour e Ponto Frio. As redes chegam a parcelar em dez vezes o preço médio de R$299 do aparelho. Mesmo sem o Ginga, as vendas estão aquecidas.


As emissoras de TV, de acordo com a Abert, ainda estão desenvolvendo o modelo de negócios que a interatividade do Ginga vai permitir. Um dos exemplos de interatividade é a escolha de um programa ou fazer compras pela televisão.


Para o governo, o Ginga terá um papel social muito importante, porque por meio dele poderá levar informações de utilidade pública a 54,7 milhões dos lares brasileiros ou 95,1% do total da população que tem acesso a televisão no país.

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